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Callado criou, provavelmente, o primeiro grupo de
choro em 1875. Inicialmente composto por dois violões, uma flauta e um cavaquinho, o grupo começou adotando a polca-de-serenata, que trazia passagens modulantes em ritmo acelerado. No começo, o choro possuía improvisações, em que os violões criavam o ambiente para a flauta solar e o cavaquinho fazia um papel intermediário entre eles.
Foi parceiro de
Viriato Figueira da Silva, Ismael Correia, Lequinho e outros chorões. Era amigo do compositor de modinhas Chiquinho Albuquerque e do flautista belga Matheus André Reichert, que D. Pedro II contratou para animar os Saraus do Paço em 1859.
Em 1879, Callado recebeu a mais alta condecoração do Império: A Ordem da Rosa. Um ano depois, no dia 20 de março de 1880, falece de meningo-encefalite perniciosa. Depois de onze dias, foi colocada à venda sua última composição, a polca “Flor amorosa”.
Flor amorosa (polca, choro, 1880)
Música de Joaquim Antônio da Silva Calado e letra de Catulo da Paixão Cearense
C——– G——- –G7b—— –C3b—– C—– G3b— G
Flor amorosa, compassiva, sensitiva, vem porque
C– C#° Dm7– Fm C Am— Dm7—– G7—– C —-G
É uma rosa orgulhosa, presunçosa, tão vaidosa
—————G——– G7b———– C3b— C— G3b— G
Pois olha a rosa tem prazer em ser beijada, é flor, é flor
C— C#°——— Dm7– Fm —-C –Am— Dm7— G7— C —E7/5b
Oh, dei-te um beijo, mas perdoa, foi à toa, meu amor
————-Am—————– Dm
Em uma taça perfumada de coral
Dm7b— Bm5-/7 E7 —-Am
Um beijo dar não vejo mal
E7—— Am———— A7——– Dm
É um sinal de que por ti me apaixonei
—————-Am——- B7/9 E7 Am E7 Am
Talvez em sonhos foi que te beijei
————Am———————— Dm
Se tu pudesses extirpar dos lábios meus
Dm7b— Bm5-/7 E7——- Am
Um beijo teu tira-o por Deus
E7————— Am——————- Dm
Vê se me arrancas esse odor de resedá
Bm5-/7 ———Am7—— B7/9- –E7 Am G C
Sangra-me a boca, é um favor, vem cá
F ——————(Gm7 C7)
Não deves mais fazer questão
—————————-F
Já perdi, queres mais, toma o coração
————————–Am
Ah, tem dó dos meus ais, perdão
B7/9- ———-E7
Sim ou não, sim ou não
Am———— Gm —C7—- F
Olha que eu estou ajoelhado
——————–(Gm7 C7)
A te beijar, a te oscular os pés
——————————F
Sob os teus, sob os teus olhos tão cruéis
Dm—————- A#——- B°
Se tu não me quiseres perdoar
———F—– Em———-Gm—- C7 —F— G
Beijo algum em mais ninguém eu hei de dar
—————–G ———–G7b——— C3b
Se ontem beijavas um jasmim do teu jardim
C —G3b— G
A mim, a mim
C –C#° ——-Dm7— Fm— C
Oh, por que juras mil torturas
Am —-Dm7— G7 —–C —G
Mil agruras, por que juras?
———–G———— G7b ——–C3b—— C —G3b G
Meu coração delito algum por te beijar não vê, não vê
C –C#° ——Dm7 –Fm —C –=-Am—- Dm7
Só por um beijo, um gracejo, tanto pejo
–G7——– C
Mas por quê?