recordando a MPB

História da MPB com biografias, cronologia dos sucessos e músicas cifradas.

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Archive for the ‘regente’ Category

Astor Silva

Posted by everbc em 13/04/2010

Astor Silva, instrumentista, arranjador, regente e compositor, nasceu em 10/5/1922 no bairro do Rio Comprido, Rio de Janeiro, RJ, e faleceu na mesma cidade em 12/2/1968. Fez seus estudos na Escola João Alfredo, situada em Vila Isabel. Por essa época já estudava música e formou um grupo com colegas do colégio que se apresentava em bailes e festas familiares.


Iniciou sua atividade artística como trombonista de dancings. Por volta de 1940, passou a atuar no Cassino da Urca, e em outros, como os situados em Copacabana e Icaraí. Em 1946, com o fechamento dos Cassinos, passou a integrar a Orquestra Tabajara, dirigida por Severino Araújo, que realizou excursões pelo Brasil, Argentina, Uruguai, França, etc.

Ainda como integrante da Orquestra Tabajara, apresentou-se na Rádio Tupi. Posteriormente, transferiu-se para a orquestra do maestro Carioca que atuava na mesma emissora. Exibiu-se ainda na boate carioca Night and Day e na TV Rio. Foi diretor musical de diversas gravadoras. Na CBS desempenhou também a função de arranjador-chefe.

No início dos anos 1950, formou seu próprio conjunto com o qual atuou na Todamérica fazendo acompanhamentos para Flora Matos, Garotos da Lua, Virgínia Lane, Zilá Fonseca, Ademilde Fonseca e Raul Moreno.

Em 1952, seu Chorinho da Nice foi gravado na Continental por Severino Araújo e Sua Orquestra Tabajara. Em 1953, gravou com seu conjunto na Todamérica o choro Pisando macio, de sua autoria, e o Baião diferente, de Marcos Valentim.

No ano seguinte, gravou também com seu conjunto o choro No melhor da festa, e o Baião lusitano, ambos de sua autoria. Por essa época, passou a dirigir sua própria orquestra e gravou o mambo Mambomengo, e o samba Sete estrelas, de sua autoria. Ainda em 1954, seu choro Alta noite, parceria com Del Loro, foi gravado na Sinter pelo cantor Jamelão. Atuou com sua orquestra na Todamérica e acompanhou, entre outras, a cantora Dóris Monteiro na gravação da Marcha do apartamento, e do samba Sacrifício não se pede.

Em 1955, gravou com seu conjunto os choros Chorinho de boite, e Sombra e água fresca, de sua autoria. Por essa época, atuou com seu conjunto e com sua orquestra na gravadora Continental acompanhando gravações de Moreira da Silva, Nora Ney, Bill Farr e Emilinha Borba.

Entre 1960 e 1963, atuou com seu conjunto e sua orquestra na Columbia. Em 1960, foi um dos responsáveis pelo sucesso do samba Beija-me, de Roberto Martins e Mário Rossi, gravado por Elza Soares com arranjos seus.

Em 1961, acompanhou com seu conjunto um das primeiras gravações do então iniciante cantor Roberto Carlos num 78 rpm com as músicas Louco por você e Não é por mim. Acompanhou também gravações de Risadinha, Wanderléia, também em começo de carreira, Ciro Monteiro, Rossini Pinto e Elis Regina, em uma de suas primeiras gravações, com as músicas A virgem de Macareña e 1, 2, 3, balançou.

Ainda em 1961, gravou com sua orquestra os frevos Jairo na folia, de Francisquinho, Ao som dos guisos, de Edgar Morais, A pisada é essa, de João Santiago, e Vai na marra, de David Vasconcelos.

Gravou ainda, pelo pequeno selo Ritmos, com seu conjunto, os sambas Vamos fazer um samba, de sua parceria com Nelson trigueiro, e Agora é cinza, de Bide e Marçal.

Foi um dos principais arranjadores da segunda metade dos anos 1950. Em 1974, seu Chorinho de gafieira foi regravado por Raul de Barros no LP Brasil, trombone, lançado pelo selo Marcus Pereira.

Obras

Alta noite (c/ Del Loro); Baião lusitano; Chorinho de boite; Mambomengo; No melhor da festa; Pisando macio; Sete estrelas; Sombra e água fresca; Vamos fazer um samba (c/ Nelson Trigueiro).

Fonte: Dicionário Cravo Albin da MPB.

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Bento Mossurunga

Posted by everbc em 29/01/2009

Bento Mossurunga (Bento João de Albuquerque Mossurunga), regente, compositor e instrumentista, nasceu em Castro – PR, em 06/05/1879, e faleceu em Curitiba – PR, em 23/10/1970. Filho do tabelião João Bernardes de Albuquerque Mossurunga e de Graciliana Reis de Albuquerque Mossurunga, nasceu entre músicos (o pai e o irmão tocavam violão e viola, e as irmãs, órgão) e desde pequeno aprendeu a tocar violinha sertaneja. Cresceu em contato com violeiros populares, com a música produzida numa colônia de negros libertos que ficava perto de sua casa e com a música de bandas.

Tendo-se iniciado no piano com o ourives Manuel Cristino dos Santos, e em violino, teoria e solfejo com o italiano Augusto Mainardi, em 1895 foi para Curitiba, onde continuou os estudos com Adolfo Corradi, no Conservatório de Belas Artes. Na capital paranaense, além de trabalhar numa loja de chapéus e de estudar, freqüentava o Grêmio Musical Carlos Gomes, tendo convivido com os compositores e músicos da época. Depois de haver voltado a Castro em 1897, retornou a Curitiba em 1902, para retomar os estudos musicais; durante esse período lecionou piano e apresentou-se num café-concerto.

Em 1905, sua valsa Bela morena foi publicada pela revista carioca O Malho. Transferiu-se então para o Rio de Janeiro RJ, onde a princípio atuou como violinista no teatro de variedades Guarda Velha. Em 1907 ingressou no I.N.M. tendo estudado com Frederico Nascimento (harmonia), Francisco Braga (contraponto, composição e fuga) e Ernesto Ronchini (violino). Nessa época integrou, como primeiro violino, a orquestra do Centro Musical, regida por Francisco Braga.

Iniciou carreira de regente ao ingressar, em 1916, na companhia do Teatro São José, inicialmente como auxiliar do maestro José Nunes e, depois, com a morte deste, como diretor do teatro, a convite da Empresa Pascoal Segreto. De 1918 a 1922, supervisionou ensaios, fez instrumentações e musicou operetas, revistas e burletas, embora algumas passassem como de autoria de compositores conhecidos. Musicou peças de Luiz Peixoto, Cardoso de Meneses, Viriato Correia, Gastão Tojeiro, etc. Desempenhou depois a função de regente em diversos teatros cariocas, como o Lírico, o Apolo, o Carlos Gomes e o Recreio Dramático.

A 21 de setembro de 1924 casou com Belosina Lima. Em 1930, de volta a Curitiba, passou a dirigir um curso de música e a trabalhar na Sociedade Musical Renascença, além de haver fundado a Sociedade Orquestral Paranaense.

Sempre produzindo para o teatro musicado e compondo hinos, canções e obras para orquestra, em 1946 organizou, com um grupo de estudantes e músicos, a Orquestra Estudantil de Concertos, que em 1958 se transformaria na Orquestra Sinfônica da Universidade do Paraná.

Em 1947, seu Hino do Paraná (1903) tornou-se o hino oficial do Estado. Professor, lecionou canto orfeônico no Colégio Estadual do Paraná e instrumentação na Escola de Música e Belas Artes do Paraná.

Sua obra popular, que inclui numerosos sambas, tangos, choros, marchas carnavalescas, valsas, mazurcas, etc., perdeu-se em grande parte. Musicou, entre outras, as seguintes peças: Reco-reco, de Carlos Bittencourt e Cardoso de Meneses, 1921; Olelê olalá, de Carlos Bittencourt e Cardoso de Meneses (em colaboração com Freire Júnior), 1922; Segura o boi, de Carlos Bittencourt e Cardoso de Meneses, 1921; Meu bem, não chora!, de Carlos Bittencourt e Cardoso de Meneses (em colaboração com Assis Pacheco), 1922; Florzinha, opereta de Ivete Ribeiro (em colaboração com Henrique Vogeler), 1927; Gato, baeta, carapicu, revista de Cardoso de Meneses (em colaboração com Bernardo Vivas), 1920; Boas falas, revista de Bastos Tigre, 1927.

Obras

Música orquestral: Bucólica paranaense, s.d.; Dezenove de Dezembro, hino militar, 1904; Guaicará, s.d.; Hino do Paraná, 1903; Ingrata, mazurca, 1904; Marcha da cidade de Curitiba, s.d.; Ondas do Iapó, s.d.; Pintassilgo dos pinheirais, s.d.; Rincão, s.d.; Sapecada, s.d.
Música instrumental: Doce reminiscência, para piano, s.d.; Fantasia romântica, para violino e piano, s.d.; Serenata, para piano, s.d.; Serenata rústica, para celo e piano, s.d.
Música vocal: Bandeira do Brasil, para quatro vozes, s.d.; Berceuse, para canto e piano, s.d.; Canções paranaenses, para canto e piano, s.d.; Luar no mato, para canto e piano, s.d.; Nosso Brasil, para canto e piano, s.d.; , para canto e piano, s.d.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira: Popular, Erudita e Folclórica, 2ª edição revista e atualizada, página 524, São Paulo – SP, Art Editora e Publifolha, 1998.

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Alexandre Levy

Posted by everbc em 16/01/2008

Alexandre Levy, compositor, pianista e regente clássico, filho de imigrantes de origem franco-suíça, nasceu em São Paulo-SP em 10 de novembro de 1864. Faleceu na mesma cidade em 17 de janeiro de 1892, com apenas 28 anos.

Desde cedo, manifestou grande interesse pela música. Aos sete anos, estudou com o pianista russo Luis Maurice; depois, com o pianista francês Gabriel Giraudon. Seu pai, o clarinetista Henrique Luiz Levy, possuía uma loja de artigos musicais, a Casa Levy onde era o ponto de encontro de músicos e artistas de São Paulo.

Nessa loja fez muitos amigos e conheceu a nascente produção nacionalista, como a primeira edição de Sertaneja, de Brasílio Itiberê, que executou em concerto aos doze anos.

Em 1880, compôs uma fantasia para dois pianos a partir de temas da ópera O Guarany, de Carlos Gomes e três anos depois iniciou estudos de harmonia e contraponto. A família Levy sempre esteve ligada ao compositor campineiro, desde os tempos em que Henrique Levy se apresentava com Carlos Gomes pelo interior paulista

Em 1887 embarcou para a Europa para aprimorar seus estudos musicais. Estudou harmonia em Paris, com Émile Durand, que também foi professor de Debussy. Nessa época se interessou pelas diversas formas orquestrais e compôs a peça Andante Romantique, que depois foi incorporada à Sinfonia em Mi menor, e Variações Sobre um Tema Brasileiro, da qual se destaca a melodia Vem Cá, Bitú.

No cenário político brasileiro predominavam discursos nacionalistas. Músicos e artistas, passaram a compor a partir de motivos folclóricos e populares. Nascia, assim, o nacionalismo musical, onde se destacaram Levy e Alberto Nepomuceno.

Compôs obras de cunho nacionalista, como Suíte Brasileira e Tango Brasileiro. Samba, a quarta parte da Suíte Brasileira, obteve grande sucesso com a redução para piano feita por seu irmão Luiz Levy.

Precursor do movimento nacionalista na música brasileira, tem sua obra marcada pelo romantismo, com temas brasileiros de saudade e fatalismo.

Obra

Para piano solo: Tango Brasileiro (1890); Variações Sinfônicas Sobre um Tema Brasileiro (Vem Cá, Bitú) (1887); Impromptu-Caprice, Opus 1 (1881-1882); Romance Sans Paroles, Opus 4, nº 1; Pensée Fugitive, Opus 4, nº 3; Trois Morceaux Opus 13; Allegro Appassionato Opus 14; Schumannianas. Para orquestra: Suíte Brasileira, com o famoso Samba; Sinfonia em Mi menor; Comala, poema sinfônico; A Cantata. Música de Câmara: Trio, para piano, violino e violoncelo; Reverie, para quarteto de cordas; Fantasia Sobre Motivos do Guarani (1880), para dois pianos.

(figura ao lado: a obra Samba – chamada na forma afrancesada, como hábito na época, de suite brésilienne e danse negre -, editada postumamente em redução para piano, é ilustrada por desenho que reproduz o que seria uma roda de samba no final do século XIX).

Fontes: Prelúdio – Levy; História do Samba – Editora Globo; Fundação Biblioteca Nacional – Alexandre Levy.

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